Campanhas para educação no trânsito, saúde mental, violência entre outras são muito importantes, mas há um tipo de campanha que impacta diretamente na vida das pessoas, principalmente nas grandes cidades que quase nada se vê: sobre a conscientização do descarte correto do óleo vegetal de cozinha.
É o que alerta o especialista na área e Diretor da Ambiental Santos, Vitor Dalcin. Segundo ele, a falta de conscientização custa caro aos contribuintes que desconhecem os reais problemas da prática:
“Um litro de óleo usado pode contaminar 20 mil litros de água potável. Isso por si só já mereceria uma abordagem mais robusta do poder público, mas não para por aí. Há a questão do custo de manutenção da rede pelo descarte incorreto além da atração de pragas como ratos e baratas”.
Os últimos dados divulgados pela Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná) mostram que somente em Curitiba em 2023 foram investidos cerca de R$ 2,35 milhões na manutenção da rede, valor utilizado para desobstruir tubulações nos esgotos. 51,26% dos estragos foram causados pelo óleo de cozinha jogado em ralos e pias, resultando em uma média mensal de 682 obras de intervenção:
“Os custos de campanhas educacionais sobre a destinação correta do óleo vegetal tem várias vantagens, além da clara com relação a economia na manutenção da rede pública, há também a implícita como a educação ecológica das crianças e adolescentes” finaliza Dalcin.
Atualmente as campanhas são locais, principalmente promovidas por escolas com alunos através de gincanas ou associações comerciais através de seus filiados. Um exemplo vem da pequena cidade de Luiz Alves, em Santa Catarina. Uma escola local criou uma gincana para arrecadar óleo na cidade de 10 mil habitantes, resultando 11 mil litros de óleo em apenas sete dias.