O mundo se tornou adepto ao biodiesel. E o Brasil?

A Agência Internacional de Energia (IEA, no original inglês) anunciou recentemente que os commodities entraram de vez na produção de combustíveis. Por essa nova postura, fatores como as quebras de safra inteiras estão ameaçando a produção e a viabilidade econômica dos biocombustíveis

O planeta enfrentou crises hídricas pesadas que impactaram a geração hidrelétrica de energia, com a produção de biocombustíveis e biomassa ganhando mais espaço versus a produção de combustíveis de origem fóssil.

“O mundo acelerou a produção de diesel verde, mas temos este cenário de queda no fornecimento de óleo de palma de regiões como Malásia e Indonésia pelas inundações. A demanda pelo óleo de soja ganhou força, com a produção destinada aos tanques de combustível alcançando um volume três vezes maior do que antes. O óleo de soja virou base deste mercado” explica Vitor Dalcin, Diretor Executivo da Ambiental Santos.

Brasil entrou na onda ecológica
É obrigatório no Brasil que todo o diesel vendido  tenha 11% de biodiesel desde 2019, quando o governo brasileiro autorizou grandes frotas veiculares, como transportadoras empresas de ônibus, podem voluntariamente optar por utilizar combustível com maior percentual de biodiesel: até 20% em frotas rodoviárias e 30% no transporte ferroviário, em tratores agrícolas e maquinários industriais:

Cerca de 70% do biodiesel do Brasil é produzido a partir de óleo de soja, o  que faz da reciclagem deste produto base para a criação de combustível sustentável. Em uma matemática básica, basta dizer que um litro de petróleo vira, em média, 400 ml de diesel enquanto um litro de óleo vegetal se transforma em  900 ml de biodiesel.

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) indicou que houve alta na produção de óleo de soja chegando na casa dos 8,9 bilhões de toneladas e o biodiesel é um dos responsáveis pelo aumento, Mas a reciclagem do material usado está longe do ideal:

“Infelizmente, o volume destinado para reciclagem é menor que 1% do total produzido. Estamos falando de 6 milhões e meio de  litros de óleo que, se fossem totalmente coletados, ajudaria na produção do combustível” completa Vitor.

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