Ausência de reciclagem de óleo influencia preço de combustíveis 

O percentual de teor de biodiesel presente no diesel fóssil no Brasil está em debate desde a audiência pública da Comissão de Infraestrutura (CI), no Senado Federal, que aconteceu dia 5 de setembro de 2021 visando definir novos parâmetros sobre a mistura do biodiesel no óleo diesel. A principal reclamação é de que tal mistura estaria prejudicando a mecânica dos veículos.

O percentual que já foi de 13%, atualmente está em 10%, muito em virtude da alta da soja e seus derivados nos últimos meses – somado à alta do dólar – que encarece o preço do combustível.  

“O óleo de soja é parte integrante da composição no Brasil, diferente de outros países que utilizam outras fontes.  A redução que estamos vendo é temporária, destinado ao suprimento dos meses de novembro e dezembro deste ano, porém é preciso uma solução definitiva para este assunto e, a saída, pode ser o óleo reciclado” explica Vitor Dalcin, Diretor Executivo da Ambiental Santos.

Produção de soja é ampla, mas não suficiente
No Brasil, a soja é a única oleaginosa produzida em escala e, por esse detalhe, é praticamente uma unanimidade sua utilização na primeira fase de implantação do biodiesel. Para acompanhar a demanda, e considerando a produtividade média da soja brasileira, seria necessário um acréscimo de 8 milhões de toneladas, ou seja, uma expansão de área plantada em 2,7 milhões de hectares.

Reciclagem
É aí que entra o óleo usado. Mesmo com a possibilidade de expansão dessa oleaginosa para a região do cerrado, por exemplo, isso levaria tempo e o produto teria uma única função:

“Ao reciclar óleo vegetal, este produto ganha duas funções: na cozinha e, após usado, como base na mistura do biocombustível. Reciclar óleo de soja é a forma adequada para evitar debates e mudanças a respeito da composição do combustível, além de ser uma alternativa ecologicamente melhor” completa Vitor.

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